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Entenda qual é o papel do Comitê de Política Monetária na economia brasileira e por quais razões é importante ficar de olho em suas decisões

A reunião realizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em junho de 2020 definiu que a Taxa Selic será de 2,25% – mínima histórica já registrada. Você pode estar se perguntando: por que as decisões tomadas pelo Copom impactam tanto no mercado?

Para entender a lógica por trás das reuniões, da definição da Taxa Selic e do impacto que esse índice de referência tem nos investimentos e no mercado brasileiro, precisamos primeiramente entender o que é o Copom, quem são os membros que integram o comitê e o que eles levam em consideração na hora de tomar as decisões.

 O que é o Copom?

Copom é uma sigla para Comitê de Política Monetária. Criado em julho de 1996, ele está vinculado a uma autarquia, o Banco Central. Desde 1999 teve sua sistemática definida para realizar e manter as “metas de inflação” ou “Selic Meta”, como é conhecida no mercado.

O comitê tem ainda como objetivo estabelecer alguns critérios relacionados à economia brasileira, e que consequentemente impactam no dia a dia de toda a população.

Entre as atribuições do Copom, destacamos: a implantação da política monetária vigente no Brasil; a análise dos relatórios de inflação. Falaremos mais sobre ambos adiante.

A lista de membros do Copom inclui o presidente e os diretores do Banco Central do Brasil, além de outros agentes ligados à economia. Atualmente, compõe o quadro do Copom representantes dos seguintes órgãos:

 Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban)
 Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab)
 Departamento Econômico (Depec)
 Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep)
 Departamento das Reservas Internacionais (Depin)
 Departamento de Assuntos Internacionais (Derin)

O modelo do Copom foi inspirado em dois órgãos estrangeiros: o Federal Open Market Committee (FOMC), dos Estados Unidos, e o Central Bank Council, da Alemanha.

 Copom e a Taxa Selic: entenda a relação

O valor dos juros básicos da economia brasileira é definido pela Taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia). Todas as instituições financeiras, incluindo bancos, levam em consideração esse índice na hora de atribuir a remuneração de aplicações ou de conceder empréstimos.

A taxa Selic impacta na rentabilidade da Caderneta de Poupança, dos CDBs e do Tesouro Direto: quanto menor a Selic, menores serão os rendimentos.

Por essa razão, a definição da Taxa Selic influencia diretamente na disponibilidade de crédito no mercado, o que consequentemente tem impacto na inflação. Além disso, o valor da moeda e os preços de mercadorias e serviços, ainda que não necessariamente de forma imediata, também são impactados por essas decisões.

 As reuniões do Copom

A cada 45 dias em média os membros do Copom se reúnem e, a partir da análise de relatórios financeiros e projeções de inflação, decidem se a taxa de juros básica da economia brasileira será mantida, ampliada ou reduzida.

Ao longo do ano são realizadas cerca de 8 reuniões e os dias que antecedem à divulgação do índice são cercados de muita expectativa por parte do mercado financeiro.

 Análise dos relatórios de inflação

Durante as reuniões do Copom, cada um dos responsáveis pelos departamentos representados faz uma apresentação sobre o cenário financeiro do país. Entre os temas abordados estão as reservas bancárias, a evolução da liquidez, o comportamento do mercado financeiro internacional, os dados da atividade econômica e as expectativas de mercado para a inflação, para citar apenas alguns dos assuntos.

A partir dessas informações, os integrantes fazem uma análise das projeções de inflação e apresentam alternativas para as taxas de juros em curto prazo. Somente após todas essas deliberações é que o grupo chega a uma proposta final – no caso, a meta para a Taxa Selic. Os dados são divulgados oficialmente na página do Banco Central e também via assessoria de imprensa.

Texto por Paraná Banco Investimentos